O
unitarismo (ou unitarianismo) é uma corrente de pensamento
teológico que afirma a unidade absoluta do ETERNO. Há dois
ramos principais do unitarismo, os unitários bíblicos que
consideram a Bíblia como única regra de fé e prática,
assemelhando as demais religiões cristãs evangélicas,
exceto, claro, pela concepção unitária do ETERNO...
[Diagrama: Genealogia Denominacional]
Edição de oCaminho
...E, os unitários
universalistas, surgido recentemente nos Estados Unidos, que
pregam a liberdade de cada ser humano para buscar a sua
própria Verdade e a necessidade de cada um buscar o
crescimento espiritual sem a necessidade de religiões,
dogmas e doutrinas.
Nota de oCaminho:
Geralmente, decepcionados com as “denominações” por
contradições doutrinárias ou por explorações (comercio) das
pentecostais que pregam a prosperidade, a tendência destes é
não aceitarem a “construção de templos” [desigrejados]...
Porém,com isto,acabam lentamente migrando para segunda
concepção unitariana – os universalistas.
Os unitários não devem
ser confundidos com os unicistas. Os primeiros [unitarianos]
entendem que o ETERNO é um e único, o Pai de Yaohushua
hol’Mehushkyah; que, como sendo o Verbo, é o nosso Criador
(por deferência e poder do Pai – Jo 1:1-3, 14, cf. Hb 1:2.
Já os unicistas entendem que o Pai, o Filho e o Espírito são
manifestações diferentes do mesmo o ETERNO [modalismo]
Apesar de sua origem em
igrejas cristãs (geralmente identificados com as correntes
de combate ao trinitarianismo), teve diversas manifestações
ao longo da História; com apoio por vezes parcial ou total
com outros movimentos que compartilham seu comum desacordo
com o dogma da trindade, como o subordinacionismo, o
arianismo, o serventismo ou o socianismo.
Desde o século XIX, uma
ala do unitarismo contemporâneo, conhecido atualmente nos
Estados Unidos como unitarismo universalista, deixou de
impor credos ou de fazer provas de doutrina como critério de
participação [“aqui pode tudo, menos a trindade”]; enquanto
que a ala mais antiga, conhecido como unitarismo bíblico ou
restauracionista procura seguir os preceitos cristãos
conforme ensinados na Bíblia Sagrada.
Antecedentes:
O debate cristológico dos primeiros séculos e a controvérsia
ariana.
Dado que a palavra e o
conceito de Trindade, tal como se entende no sentido
cristão, não constam no Novo Testamento, os unitários
argumentam que o unitarismo teria seu início com o próprio
Yaohushua, que, defendem, tinha consciência de ser
simplesmente um homem enviado pelo ETERNO para transmitir
Sua vontade; sem, todavia, ser divino, nem compartilhando da
natureza do Pai.
Ao longo dos três
primeiros séculos do cristianismo aparecem diversos autores
que afirmam a natureza "mais que humana" de hol’Mehushkyah e
atribuem-lhe um caráter divino, ou semidivino, como filho do
ETERNO. Os subordinacionistas afirmavam que o Filho estava
subordinado ao Pai e submetido à Sua vontade (essa era a
linha defendida por praticamente todos os primeiros
cristãos), enquanto que outros pensadores cristãos começavam
a trabalhar com a idéia do caráter divino de Yaohushua
hol’Mehushkyah e sua
identidade com a Divindade. Em outro extremo se situavam os
que coligavam totalmente o Pai ao Filho, entendendo que o
Pai também havia sofrido e morto na cruz (patripassianismo)
e que Pai, Filho e Espírito Santo, não eram mais que
modalidades ou manifestações de uma única realidade divina
(sabelianismo ou modalismo). O primeiro a utilizar a palavra
"Trindade" foi Tertuliano.
Nota de oCaminho:
Atribui-se a ele, a corrupção de Mt 28:19 – a formula
trinitariana da imersão
Ao chegar o século IV e o
Édito de Milão, todas estas discussões teológicas vieram
definitivamente à tona e começou-se a defendê-las
adversamente. Constituíram-se dois grandes grupos: os que
afirmavam que o Filho havia sido criado pelo ETERNO, no
princípio e que, portanto, não podia identificar-se com Ele.
Estes, se agruparam ao redor de Ario e de Eusébio de
Nicomédia, e os que afirmavam que o Filho era consubstancial
(homoousios – mesma pessoa) com o Pai, liderados pelo bispo
Alexandre de Alexandria e especialmente por seu sucessor,
Atanásio. Mais tarde, as citações sobre “espírito santo” das
Escrituras, adquiriram o mesmo conceito, dando início ao
pensamento (dogma) trinitariano.
No Primeiro Concílio de
Niceia (325) se aprovou oficialmente o dogma da Trindade e
se condenou o arianismo como herético; uma decisão que, com
os distintos caminhos dos anos seguintes, acabaria sendo
confirmada pelo Primeiro Concílio de Constantinopla (381).
Não obstante, o arianismo bíblico perduraria pelos reinos
godos que ocuparam o Império Romano do Ocidente, em meados
do século VI. Em Ario cumpre-se Dn 7:8. Das dez tribos da
Europa daqueles dias, três ficaram a favor de Ario e pouco a
pouco [praticamente em dois séculos] foram dizimadas pelo
então futuro papado, trinitariano!
Miguel Servet e as
primeiras igrejas unitárias
Ao iniciar-se a Reforma
Protestante no século XVI, numerosos intelectuais começaram
a publicar seus próprios pontos de vista acerca da doutrina
cristã, sem esperar o beneplácito de Roma, dentro do
espírito protestante de livre exame da Bíblia. Um destes foi
Miguel Servet, médico e teólogo espanhol. Em seus livros De
Trinitatis Erroribus (1531), Dialogorum de Trinitate (1532)
e Christianismi Restitutio (1553), questionou a base bíblica
e racional da doutrina trinitariana. Suas opiniões
heterodoxas e sua liberdade de espírito, fizeram-no ser
perseguido como herege pela Inquisição. Em Genebra foi preso
pelos seguidores de Calvino e condenado a morrer na fogueira
por negar a Trindade e condenar o batismo infantil (27 de
outubro de 1553).
Servet influenciou vários
de seus contemporâneos. O estudioso lituano Piotr de Goniadz
admitiu a validade de seus argumentos e convenceu uma parte
da nascente Igreja Calvinista da Polônia, que formou a
chamada Igreja Reformada Menor, mais conhecida como Irmãos
Poloneses sobre os postulados antitrinitários. De outra
parte, o reformado liberal Sebastião Castellio reprovou
duramente Calvino sua intolerância e seus fanatismo e
proclamou a liberdade de consciência em assuntos de fé, um
princípio que logo foi postulado pela tradição Unitariana.
Alguns anos depois, o
reformador humanista italiano Fausto Socino (1539-1604)
desenvolveu sua própria obra teológica, marcada pelo
antitrinitarianismo e o uso da racionalidade. Para Sozzini,
a religião evocava questões que estavam "além da razão"
(contra rationem), pelo que os credos deviam concordar com a
razão humana. Sozzini encontrou refúgio na Polônia, onde foi
recebido pelos Irmãos Poloneses; onde nunca chegou a ser
membro oficial do grupo, por negar-se a ser batizado de
novo. Na cidade de Racóvia, próximo à Cracóvia, os Irmãos
Poloneses desenvolveram um grande centro de estudos que
atraiu numerosos eruditos e intelectuais de diferentes
países.
Em 1605, um ano depois da
morte de Sozzini, os sozzinianos da Igreja Menor publicaram
o catecismo racoviano, resumo das doutrinas de seus mestres
e que teve uma grande influência nos anos posteriores na
Alemanha, nos Países Baixos e na Inglaterra. A Igreja
Reformada Menor desapareceu em 1640 pela crescente
intolerância na Polônia em decorrência do início da
Contrarreforma.
Entretanto, o reformado
húngaro Ferenc Dávid havia abandonado o calvinismo para
pregar o cristianismo unitário na Transilvânia (região que
atualmente se encontra na Romênia), influenciado pelo médico
italiano Giorgio Blandrata, seguidor das idéias de Servet. O
rei João Sigmundo da Transilvânia aceitou o unitarismo e
ditou o primeiro édito de tolerância religiosa da história
moderna da Europa, em 1568, para permitir a livre prática
religiosa em seu país, incluindo o catolicismo. Este status
especial perdurou, com dificuldades por conta da invasão da
Transilvânia pela Áustria no século XVIII e o domínio mais
ou menos efetivo do Império Austro-Húngaro e, posteriormente
da Itália fascista, após a Primeira Guerra Mundial; hoje
existe entre os magiares as Igreja Unitária Húngara e Igreja
Unitariana da Transilvânia na Romênia.
O unitarismo na
Inglaterra e nos Estados Unidos
Na Inglaterra, o impulso
religioso radical da Reforma permaneceu entre os Dissenters,
nome que englobava as igrejas livres opostas à hegemonia da
Igreja Anglicana. O pensador John Biddle foi muito
influenciado pelo socinianismo, e a filosofia de John Locke
conjuntamente com os racionistas do iluminismo ganharam
muitos adeptos, tanto entre o clero anglicano quanto entre
pensadores e cientistas ingleses da época. Por fim, o pastor
anglicano Theophilus Lidsey fundou a primeira igreja
unitariana inglesa em Londres, com Joseph Priestley. Além de
religioso [suas doutrinas deram origem aos Puritanos], ele
era cientista (descobriu o Oxigênio e outros gases) e
político (apoiava abertamente a Revolução Francesa, o que
lhe acarretou numerosas antipatias ao ponto de ter que
emigrar para a América, após terem incendiado sua casa).
Posteriormente, Priestley ajudou a fundar a primeira igreja
unitariana da Filadélfia, EUA, em 1796.
Entre os protestantes
puritanos que haviam emigrado às colônias da América do
Norte, se produziu uma evolução similar à ocorrida na
Inglaterra. Os pastores puritanos se cindiram em dois
grupos, um conservador, de convicções calvinistas, e outros
liberal, racionalista e de idéias arminianas e arianas. No
princípio do século XIX, os pastores liberais das igrejas da
Nova Inglaterra reconheciam como seu líder a William Ellery
Channing, de Boston; cidade que se converteu no núcleo do
Unitarismo norte-americano, até o ponto que se dizia que a
fé dos unitarianos se baseava na unidade do ETERNO, na
humanidade de Yaohushua e na vizinhança de Boston.
Por toda Gales e no Reino
Unido em meados do século XVI existiam igrejas sabatistas
consideradas Igrejas "não conformes" que eram unitarianas; a
enciclopédia Chambres diz da Church of God Millyard uma
igreja que se aferrava na observância do sábado e eram
igualmente unitariana.
Os cristãos unitarianos
dos países anglo-saxões, que eram de orientação
principalmente ariana, acabaram negando não só ao dogma da
Trindade, como afirmando que Yaohushua hol’Mehushkyah não
fosse nada mais que um homem, ainda que vendo nele ao
profeta que havia sido eleito pelo ETERNO para transmitir
sua revelação aos homens, como provavam seus numerosos
milagres. Os milagres de Yaohushua eram, pois, a
demonstração empírica de sua eleição divina como Salvador,
mas não como Criador; conceito estes, básico dos TJs. Os
unitarianos rejeitavam as manifestações espiritualistas ou
emocionais de fervor religioso do Grande Avivamento que
estava produzindo-se nas igrejas ortodoxas do puritanismo
anglo-saxão. Muitos deístas, como Thomas Jefferson, se
manifestaram favoráveis à doutrina.
R.W. Emerson e o
transcendentalismo
Em 15 de julho de 1838,
Ralph Waldo Emerson, que havia sido ministro Unitário em
Boston, pronunciou um discurso (The Divinity School Address)
na Universidade de Harvard com resultado decisivo para a
história do unitarismo norte-americano. Influenciado pelo
romantismo alemão e pelo hinduísmo, Emerson propôs uma via
intuitiva ao ETERNO, baseada na capacidade inata da
consciência individual, sem a necessidade de milagre,
hierarquias religiosas ou mediações. Esta filosofia
espiritual recebeu o nome de transcendentalismo. Apesar da
ideologia liberal de Harvard, o incidente foi considerado um
escândalo, mas, muitos pastores e teólogo unitários,
particularmente os mais jovens, descobriram na via
transcendentalista de Emerson uma forma de superar a rigidez
intelectual imperante no unitarianismo e desenvolver uma fé
individualista e renovadora, além dos limites da revelação
bíblica. Theodore Parker foi o grande renovador do
unitarismo norte-americano, seguindo as linhas definidas por
Emerson. O principal defensor do unitarianismo tradicional
de base bíblica foi Andrews Norton. A divisão entre
transcendentalista e unitarianos bíblicos se manteve até
finais do século XIX.
O
unitarismo
universalista, uma exceção bíblica!
Em 1933, divulgou-se nos
Estados Unidos um documento chamado Manifesto Humanista,
subscrito por um grande número de cientistas e intelectuais,
entre esses vários líderes unitários, que significou o
início de uma nova maneira de entender a religião do tipo
naturalista em que conceitos como "o ETERNO" ou "vida depois
da morte biológica" deixavam de ser centrais. Segundo os
humanistas, a religião devia deixar de especular sobre
realidades metafísicas e concentrar-se exclusivamente na
transformação do mundo e no aperfeiçoamento moral do ser
humano [o Espiritualismo ou Nova Era, com suas milhares de
vertentes]. O humanismo teve um impacto notável nas Igrejas
Unitárias do âmbito anglo-saxão, chegando inclusive a
tornar-se a corrente majoritária do unitarismo
norte-americano. Todavia, o unitarismo cristão de base
bíblica e o panteísmo transcendentalista mantiveram-se
coexistindo com a nova doutrina. Assim, desde meados do
século XX, o unitarismo norte-americano foi deixando de ser
uma igreja exclusivamente cristã e protestante para
converter-se progressivamente em uma igreja liberal sem
credo e cada vez mais multiconfessional, tornando-se o que
alguns atualmente chamam de unitarismo universalista.
Recentemente, esta tendência se incrementou com a existência
nas Igrejas Unitárias anglo-saxãs de pessoas que, além de
unitárias, definem-se também como judeus, budistas,
neopagãos ou de outras religiões.
Os unitários
norte-americanos de fundiram com a Igreja Universalista da
América para fundar em 1961 a Associação Unitária
Universalista, cuja sede central encontra-se em Boston.
Unitarismo
contemporâneo, longe do unitarianismo bíblico!
Em 1995, constituiu-se o
Conselho Internacional de Unitários e Universalistas (ICUU)
para coordenar as diversas igrejas e associações unitárias e
universalistas no mundo. Atualmente, calcula-se que existem
cerca de 800 000 unitários em 25 países do mundo,
principalmente nos Estados Unidos, Romênia, Hungria, Canadá,
Grã-Bretanha e Irlanda (Igreja Presbiteriana
Não-Subescrevente da Irlanda) e minoritariamente em outros
países. Dentro das comunidades unitário-universalistas há
unitários cristãos, universalistas trinitários e pessoas de
outras convicções religiosas. Também existe grupos unitários
cristãos que não são ligados à Associação
Unitária-Universalista e suas congêneres nacionais.
O modelo de organização
das congregações unitárias é democrático e participativo,
tendo como base a autonomia de cada grupo local. Os membros
da congregação se reúnem periodicamente em assembléia para
discutir os assuntos da comunidade e eleger os cargos
eletivos. Esta forma de organização deriva de suas origens
protestantes. As associações nacionais estão baseadas na
união federal das congregações locais. Os dignitários
nacionais são eleitos por procedimentos democráticos pelos
delegados das congregações e são renovados periodicamente. O
presidente da associação nacional de congregações (que em
Transilvânia e Hungria tem hierarquia de bispo) não tem
autoridade doutrinária e costuma ser mais bem uma figura
representativa que atua como porta-voz da Igreja perante a
sociedade e os meios de comunicação.
Algumas Igreja Unitárias
têm clero e outras não, conforme a tradição histórica de
cada país. Nos países onde há ministros cada congregação é
livre para decidir se quer uma gestão totalmente laica ou se
deseja ter um ministro, durante quanto tempo e quando decide
substituí-lo por outro. Podem ser ministros tanto homens
como mulheres sem importar seu sexo, estado civil nem
orientação sexual. O trabalho de um ministro se centra em
dirigir os serviços religiosos e as cerimônias públicas,
prestar assistência pastoral aos membros da congregação que
solicitem sua ajuda e conselho, e periodicamente deve
prestar contas de sua gestão ao comitê diretivo da
congregação.
Outros não-trinitários
contemporâneos
Outras igrejas cristãs,
também têm uma teologia antitrinitária, sem conexão atual
com o unitarismo histórico, mas que de alguma forma são
frutos daqueles. Entre essas se destacam as Testemunhas de
Jeová, a Mensagem de William Branham, Igreja de Deus do
Sétimo Dia [com a dissidência Israelitas da Nova Aliança] e
os cristadelfianos. Já os unitarianistas bíblicos não são
propriamente igrejas, mas grupos de pessoas, que
independentemente de igrejas, professam fé unitariana e
buscam reconstruir o caminho histórico do unitarianismo.
Essas igrejas e grupos combinam a recusa da doutrina da
Trindade (com distintas variantes), com uma interpretação
rigorista e, em certos casos, fundamentalista dos textos
bíblicos, o que as distingue muito claramente das igrejas
unitárias universalistas, que sempre têm se inclinado ao
extremado liberalismo teológico. Outros grupos liberais de
inspiração cristã, como a Igreja da Unidade e outras
correntes do Novo Pensamento também mostram uma inclinação
às idéias unitaristas. O espiritismo kardecista, que se
autoproclama como uma religião cristã, também nega o dogma
da trindade; pendendo exclusivamente ao ‘terceiro deus’.
Rituais e celebrações
das igrejas unitárias universalistas
As igrejas unitárias têm
sua origem na reforma protestante, pelo que muitas de suas
tradições e celebrações refletem este legado cultural. Sem
embargo, uma das características principais desta tradição
religiosa é sua enorme variedade e sua tendência a
experiências e inovações.
Serviços
de culto unitários
Os serviços de culto
normais ocorrem tradicionalmente no domingo de manhã. É o
momento em que toda a congregação se reúne para celebrar sua
fé em comunidade. Os serviços costumam iniciar com uma peça
musical enquanto os assistentes tomam assento e centram seus
pensamentos no ato que vão compartilhar. Desde os anos 60 do
século XX é cada vez mais frequente que o ministro ou um
membro da congregação acenda uma chama num cálice ou taça
enquanto recita umas palavras relativas à fé que
compartilham todos os assistentes (que são geralmente
distintos em cada sessão, sem seguir nenhuma norma fixa). O
cálice aceso se converteu no símbolo de identificação
compartilhado pela maioria dos grupos Unitários de todo o
mundo e costuma ser utilizado também como logótipo em suas
páginas Web e em suas publicações.
Após a leitura das
comunicações das distintas comissões, grupos de discussão e
meditação, ou outras atividades de estudo, fraternidade e
recreação vinculadas à vida cotidiana da congregação, o
serviço de culto continua com a leitura de textos religiosos
ou filosóficos. Também costuma haver cânticos (geralmente da
tradição cristã protestante, ainda que cada vez se publiquem
mais hinos exclusivamente unitaristas). Também se costuma
realizar atos para os mais pequenos, que em seguida são
conduzidos por seus monitores às salas de aula onde se dá
formação religiosa para crianças e jovens.
O núcleo da celebração é,
habitualmente, o sermão ou exposição oral do ministro ou do
líder laico que dirige o serviço religioso. Ocasionalmente,
principalmente se a congregação é pouco numerosa, se abre um
espaço para o debate entre os assistentes sobre as idéias
apresentadas pelo ministro em seu sermão.
Ritos e cerimônias
Nas igrejas unitárias
celebram-se habitualmente cerimônias de dar nome ou bênção
às crianças (não se pode falar propriamente de batismo),
bodas e funerais. Estes atos não são restritos aos membros
da congregação, podendo ser solicitados, também, por outras
pessoas. Em sociedades multi-culturais como os Estados
Unidos e o Canadá, são muitos os casais de duas tradições
religiosas distintas que decidem casar-se em uma igreja
Unitária devido ao seu caráter ecumênico e pluralista. As
igrejas unitárias celebram, também, regularmente e com
normalidade, uniões matrimoniais entre pessoas do mesmo
sexo.
Celebrações
experimentais
As congregações unitárias
mais inovadoras são propensas a organizar em certas ocasiões
celebrações pouco ortodoxas, nas quais se pode utilizar
teatro, dança e outras expressões artísticas em substituição
ao sermão habitual.
As igrejas unitárias
desenvolveram, também, rituais originais próprios, como a
Comunhão das Flores, criada pelo pastor Norbert Čapek, da
República Tcheca. Essas novidades nas celebrações é sinal da
progressiva diferença entre as igrejas Unitarianas, com
relação aos ofícios religiosos, e outras confissões de
origem protestante.
Também é relativamente
frequente a celebração de festividades específicas de outras
religiões, como a Hanukkah judaica, cerimônias budistas,
Shinto, etc. Nos Estados Unidos se percebe, também, uma
influência crescente do neopaganismo e das religiões nativas
americanas. Essa pluralidade se percebe de forma
ambivalente, em ocasiões, como riqueza na diversidade e, em
outras ocasiões, como desvirtuação das essências do
unitarianismo. Assim, apareceram recentemente grupos que
discordam do excesso de pluralismo e sincretismo que
percebem no unitarismo moderno, geralmente reivindicando um
regresso às suas raízes cristãs. Um exemplo é a Conferência
Unitária Americana (AUC).
Sabelianismo, a origem
do unitarismo
No cristianismo,
sabelianismo (também conhecido como modalismo,
patripassianismo, unicismo, monarquianismo modalista ou
monarquianismo modal) é a crença não-trinitária de que o
ETERNO Pai, o ETERNO Filho e o Espírito Santo são diferentes
"modos" ou "aspectos" de um ‘DEUS' único percebido pelo
crente em vez das três pessoas distintas da Trindade; mas
longe da Verdade* bíblia
*Unitarianismo
– Um único UL’HIM, que gerou a um Filho e lhe deu o poder da
Palavra, tornam=do-se o nosso Criador (UL) e Redentor,
quando veio em carne.
O termo sabelianismo
deriva de Sabélio, um padre e teólogo do século III d.C. e
defensor da tese. Ele foi um discípulo de Noeto, motivo pelo
qual os seguidores desta crença são chamados nas fontes
patrísticas de noecianos. Já Tertuliano batizou-a de
patripassianismo.
Significado e origens
O sabelianismo histórico
ensinava que o Pai era a única existência verdadeira de
“DEUS”, uma crença conhecida como monarquianismo. Um autor
descreveu o ensinamento de Sabélio assim: A verdadeira
questão, portanto, se torna esta, o que constitui o que
chamamos de 'pessoa' na Divindade? É original, substancial,
essencial à própria divindade? Ou é parte dos
desenvolvimentos e formas de aparecer que a Divindade criou
para si, para suas criaturas? A primeira opção, Sabélio
negava. Esta última ele admitia completamente.
Os modalistas afirmam
(acertadamente, neste ponto) que o único número atribuído ao
ETERNO na Bíblia é "UM" (ou UNO) e que não existe nenhuma
trindade inerente atribuída à “DEUS”; explicitamente nas
Escrituras. O número três nunca é mencionado na Bíblia com
relação ao ETERNO, e as duas únicas exceções possíveis são
Mateus 28:16-20 (chamado de "a Grande Comissão” com a
subsequente formula trinitariana do batismo; hoje,
confirmada como sendo apócrifa), II Coríntios 13:13 (uma má
tradução) e o Comma Johanneum, que hoje, também sabe-se ser
mais uma passagem espúria, interpolada, em I Jo 5:7,
conhecida principalmente pela tradução do rei James e em
algumas versões do Textus Receptus e que não é incluída na
maior parte das versões críticas modernas e, quando
presente, vem acertadamente, entre parenteses. Eles
acreditavam que o ETERNO teria três "faces" ou "máscaras"
(em grego: πρόσωπα - prosopa; latim personae). Já os
trinitários acreditam que os três membros da Trindade
estavam presentes como seres aparentemente distintos no
batismo de Yaohushua e acreditam que há outras evidências
nas escrituras para a crença trinitariana; geralmente por
desconhecimento profundo das Escrituras. Mc 12:24.
O Modalismo tem sido
principalmente associado a Sabélio, que ensinava uma forma
dele em Roma no século III d.C, como discípulo de Noeto e
Práxeas.
Hipólito de Roma conheceu
Sabélio pessoalmente e o mencionou na Philosophumena e sabia
que Sabélio não gostava da teologia trinitária, mas ainda
assim atribuiu a interpretação (heresia) à Calisto e Noeto,
mas não a Sabélio, que ele diz ter sido dubvertido. O
sabelianismo foi adotado pelos cristãos da Cirenaica, a quem
Demétrio, patriarca de Alexandria escreveu cartas
argumentando contra a crença.
Acredita-se também que o
termo grego homoousia ou "consubstancial", que era o
favorito de Atanásio de Alexandria na controvérsia ariana,
foi de fato um termo proposto por Sabélio e, por isso, era
utilizado com ressalvas pelos seguidores de Atanásio. A
objeção ao termo era a de que ele não existe nas Escrituras
e tem uma tendência “sabeliana".
Derivação da filosofia
grega, assim como a trindade
O monarquianismo modal
originou-se da influência filosofia grega pagã, incluindo as
teses de Euclides e Aristóteles, que baseavam a sua lógica
no monismo e nos argumentos aristotélicos sobre o conceito
da energeia (energia) chamada metafísica. Como o conceito
que a ontologia (também chamada de metafísica) podia ser
reduzida ou para uma única substância detectável (chamada de
teoria da substância) ou um único ser (o conceito do
Absoluto), a lógica aristotélica foi a forma com que,
ontologicamente (via metafísica), o filósofo helênico
(pagão) Aristóteles pôde racionalizar para desconstruir a
consciência humana, sua existência e o próprio ser; para
conseguir representar o seu ponto de vista da Mônade ou
"unicidade" (unidade de todas as coisas), como unidade ou
unicidade na "idéia" do ETERNO e a substância do ETERNO
(ousia) como essência ou categoria universal acima do ser
finito.
Modalismo é a idéia de um
DEUS como esta única substância ou ser chamado em grego de
ousia. S. João Damasceno dá a seguinte definição do
valor conceitual dos dois termos em sua dialética: Ousia
é a coisa que existe por si própria e que não precisa de
mais nada para sua consistência. Novamente, ousia é
tudo que 'subsiste' por si e que não tem sua existência em
outra coisa.): pg. 51-55. Esta ousia que então emana
sequencialmente várias realidades infinitas (hypostasis) e
não-criadas. Sabélio foi um dos primeiros teólogos cristãos
que aplicou este raciocínio metafísico pagão (lógica
aristotélica) no cristianismo. Ele tentou reduzir cada uma
das hipóstases do ETERNO a simples "modos" da
essência do ETERNO: pg. 44-67; uma única essência ou
ousia, removendo assim qualquer distinção entre as
existências de deus e a essência do ETERNO: pg. 44-67.
Posteriormente, estas
realidades foram novamente representadas pelos filósofos não
cristãos após o aparecimento do cristianismo, como o
neo-platonismo que as representou como se amalgamando e
fundindo uma na outra. Para Plotino, a Mônade ou
Uno (o dynamus, dunamis, potencial, potentia) e o Díade
(criador, energeia, ato) ambos emanam à Tríade; Trindade
(Espírito ou Anima Mundi). Plotino então reconcilia
Aristóteles e Platão em suas obras, as Enéadas. Plotino
ensina ainda que a energia ou ato tenha que ter força ou
potencial para emanar (dunamis ou potential definido como
uma vitalidade indeterminada de acordo com A. H. Armstrong).
Estas realidades se fundem em um mundo material (cosmos) ou
universo. Assim, Tomás de Aquino, em seu "Cinco Provas da
Existência do ETERNO", inicia sua prova a partir de
raciocínios de filósofos pagãos sobre a existência de um
deus criador (demiurgo), único em três
perssonaes.
Críticas históricas ao
sabelianismo
As nossas principais
fontes para o monarquianismo inicial do tipo modal são
Tertuliano (Adversus Praxean), Hipólito de Roma (Contra
Noetum - fragmento) e a Philosophumena. Contra Noetum e a
perdida Syntagma foram usadas por Epifânio de Salamina
(Haer. 57 "Noecianos"), mas as fontes dele para o capítulo
62 (Sabelianos) são menos claras. O maior crítico do
sabelianismo foi Tertuliano, que o chamou de
"Patripassianismo" em Adversus Praxeas (cap. I), das
palavras latinas pater ("pai") e passio do
verbo "sofrer", pois o movimento pregava que o Pai teria
sofrido na cruz. É importante notar que as nossas únicas
fontes que sobreviveram sobre o sabelianismo são de autoria
de seus detratores; porém, notamos nelas o desejo de
explicar as passagens bíblicas incoerentes com o modalismo,
mas, perfeitamente [para eles] explicadas pela trindade.
Acadêmicos hoje em dia
não concordam sobre o quê exatamente Sabélio e Práxeas
ensinaram. É fácil supor que Tertuliano e Hipólito tenham
exagerado ou interpretado maliciosamente as opiniões de seus
adversários; e, por isto, o modalismo ainda hoje é o
primeiro passo [doutrina] para os que não aceitam a
trindade. Assim, o unicismo continua “vivo” até hoje!
Tertuliano parece afirmar
que a maioria dos crentes naquele tempo favoreciam o ponto
de vista sabeliano da unicidade do ETERNO[16] . Epifânio de
Salamina (Adv Haeres 62), por volta de 375, relata que os
aderentes do sabelianismo ainda podem ser encontrados em
grande quantidade, tanto na Mesopotâmia e em Roma[1] . O
primeiro Primeiro Concílio de Constantinopla (381), no
cânone VII, e o Terceiro Concílio de Constantinopla (680),
no cânone XCV, declararam que o batismo de Sabélio (sem
mencionar “nenhuma” das pessoas da divindade) era inválido,
o que indica que a crença ainda existia na época.
Outras...
Em 225, Hipólito de Roma
citou-os sob o nome de "noecianos" em sua obra "Refutação de
todas as heresias": ‘E alguns deles concordam com a heresia
dos noecianos e afirma que o próprio Pai é o Filho e que Ele
é que foi gerado e sofreu e morreu. Sobre estes, eu voltarei
para oferecer uma explicação de maneira mais exata, pois
esta heresia deles já deu motivo para muitas maldades’...
Dionísio de Roma escreveu
uma obra chamada "Contra os sabelianos", na qual ele afirma:
‘Na verdade seria justo lutar contra aqueles que, ao dividir
e rasgar a monarquia, que é o mais augusto dos anúncios da
Igreja do ETERNO em, como se fossem três poderes e distintas
substâncias (hipóstases) e três divindades, destruindo-a.
Pois eu ouvi que alguns que pregam e ensinam a palavra do
ETERNO entre vocês professam esta opinião, que de fato é,
por assim dizer, diametralmente oposta à opinião de Sabélio.
Pois ele blasfema ao dizer que o próprio Filho é o Pai e
vice-versa’.
Tertuliano também
escreveu uma obra inteira contra os sabelianos, chamada
"Contra Práxeas", onde ele defende ferozmente o
trinitarismo, contrapondo suas idéias às de Práxeas, a quem
ele faz a seguinte afirmação: ‘Não, mas você de fato
blasfema, pois você alega não somente que o Pai morreu, mas
que Ele morreu a morte na cruz. Pois amaldiçoados são os que
são enforcados numa árvore - uma maldição que, seguindo a
Lei, é compatível com o Filho (no sentido de que Cristo foi
feito uma maldição para nós, mas certamente não o Pai); mas
como, porém, você converte Cristo no Pai, você também é
culpado de blasfêmia contra o Pai’.
Influências
Tanto Michael Servetus
quanto Emanuel Swedenborg têm sido interpretados como sendo
proponentes do modalismo. Ambos descreveram “deus”
como sendo "Uma Pessoa Divina", “Jesus Cristo”, que tem uma
"Alma Divina de Amor", "Mente Divina de Verdade" e "Corpo
Divino de Atividade". “Jesus”, por um processo de união de
sua forma humana com o Divino, se tornou inteiramente um com
sua alma divina do Pai a ponto de não haver mais distinção
de personalidade’.
Pentecostais do nome de
Jesus
Os Pentecostais do nome
de Jesus ensinam que ‘o Pai (um ser divino) está unido com
Jesus (um homem) como o Filho de DEUS’. Porém, há diferenças
significativas com o modalismo sabeliano, pois eles rejeitam
o sequencialismo modal e aceitam completamente a crença de
que a humanidade do Filho foi criada (e não é eterna, como
prega o modalismo sabeliano), que foi o homem Jesus que
nasceu, foi crucificado e ressuscitou.
Esta denominação cristã
acredita, portanto que o hol’Mehushkyah (Messias) foi
"Filho" apenas quando se tornou humano na terra (encarnando
como o homem Yaohushua), mas que era o Pai antes de ser
feito homem. Eles se referem ao Pai como "Espírito" e ao
Filho como "Carne". Mas eles acreditam que Yaohushua e o Pai
era essencialmente uma pessoa operando como diferentes
"manifestações". Eles rejeitam ainda a doutrina da Trindade,
sendo "pagã", e não prescrita na Bíblia e acreditam na
"doutrina do Nome de Yaohushua" no que diz respeito aos
batismos tão somente em nome de Jesus. Eles são
frequentemente referidos como "modalistas" ou "sabelianos"
ou "Só Jesus".
Porém, não é certo
afirmar que Sabélio tenha ensinado um modalismo
dispensacional ou ensinado o que hoje é a doutrina do
Pentecostalismo do Nome de Jesus [não confundir com o
pentecostais, uma vez que estes últimos são trinitarianos
espíritas] uma vez que todas as suas obras se perderam.
Portanto, as diferenças
básicas entre Unicismo fundamentalista, o Unicismo
universalista e Unitarianismo bíblico é que o primeiro
ensina que “DEUS” manifestou-se em três formas modais, PAI,
no VT; FILHO no NT e hoje, como Espírito Santo... O segundo
(universalista) nega a filiação e assim, ensina que o homem
JESUS foi apenas um profeta chamado para exercer a filia,
morrendo na cruz (muitos negam, inclusive, a
ressurreição)... Já, os unitarianos reconhecem,
biblicamente, o PAI (YAOHUH UL’HIM) como a origem de tudo e,
que ESTE tendo gerado um FILHO (na eternidade), enviou-nos
o Seu Filho em Carne; porém sem seus atributos divinos para
que assim pudesse morrer pela criação. Ensina também que as
citações bíblicas sobre o ESPÍRITO SANTO se referem ao PAI
ou ao FILHO (o contesto define) e que todas as
manifestações divinas no VT via de regra revelam o FILHO!
Isto, levando-se em consideração a citação de Jo 1:18 –
Ninguém jamais viu ao Pai, o Filho é que O revelou!!!
Amnao! |